Xepa Cerebral

19 janeiro 2011

Sou um economista que trabalha de calça jeans e all star.
Sou um jovem que já esteve em todos os continentes do mundo.
Sou um workaholic que gosta de estar cedo em casa.
Sou um cara cheio de manias não compulsivo.
Sou um doidão totalmente careta.
Sou um leitor assíduo que não encosta em uma folha de papel por dias.
Sou um tagarela que fica calado a maior parte do tempo.
Sou um amante dos céus que sente vertigem na altura.
Sou um mergulhador que tem pavor de se afogar.
Sou um roqueiro que quase não se mexe em um show.
Sou um singular num mundo de pluralidades.

23 novembro 2009

Drogas


Queria ser um artista. Vertente qualquer. Músico, pintor, poeta, escritor, performático. Inspirar ideias e expelir sentimentos. Inspirar sentimentos e expelir ideias. Juntar racional com emocional resultando em uma obra explosiva, única, exclusiva. E somente interpretada por mim. Ou nem isso. A análise de um momento, um retrato do sentimento e do pensamento, algo impossível de fotografar. E, para mim, de expressar.

Moro hoje no continente da cultura, em uma cidade rica em expressões artísticas, Barcelona. Quero ficar aqui para sempre. Nunca quis ter vindo.

Eu vivo paradoxos. Sou um paradoxo ambulante. Sou um capitalista comunista, um egoísta de coração enorme, um egocentrista discreto, um auto-suficiente carente.

Sinto saudades e quero me manter distante. Saudade que somente existe em português, idioma tão rico, lindo e maltratado. Cultura que é apagada dia após dia por milhares de ignorantes ou indiferentes à beleza das pequenas coisas. Nas coisas que realmente importam.

Confesso que sou um desses também. Todos somos, inconscientes. E, quando percebemos, nos sentimos mal por uma série de coisas. Arrependimento jamais, não podemos nos arrepender do que fizemos. Devemos nos arrepender do que não fizemos.

Apesar de estar há pouco tempo fora, vejo uma transformação enorme em mim. Estou me conhecendo melhor, tendo minhas fraquezas muito à mostra, para mim mesmo. Sou uma fachada de força à frente uma alma entorpecida pelo peso das coisas.

Minha vida literalmente virou de pontacabeça desde que vim. É incrível como as coisas mudam em dois meses. Perdi coisas que eram as mais valiosas. Vi lados meus que deveria ter valorizado e que nunca o fiz.

Nessas horas, queria ser artista. Há tanto a expressar! E extrema incapacidade em fazê-lo. Isso aliviaria muito da tormenta que é minha cabeça. Minha alma.

Sou um cara convicto do que quer carregado de confusão e incertezas. Um paradoxo.

E novamente a Morphina me ajuda a aliviar essa tensão interna. Aliviar?

A amargura toma conta do cara alegre enquanto o bom humor apaga a tristeza. A dureza prevalece enquanto a paixão pelo em volta toma conta de mim. Contradições simultâneas. Uma montanha russa de emoções e pensamentos.

Nesse tempo cuja minha maior e melhor companhia é meu reflexo no espelho, meu contato comigo mesmo, vejo como sou um cara chato e legal. Vejo como me dedicava a muitas coisas e renegava outras. A intensidade disso, o peso e o valor.

A solidão é boa. A solidão é uma merda. A solidão é uma vontade e um medo eterno.

A solidão é uma droga. Eu nunca quis ser um drogado.

28 setembro 2009

Oposição?


Eu sou fato, ela é possibilidade;
Eu sou Juventus, ela é Grêmio;
Eu sou Lennon, ela é McCartney;
Eu sou comédia, ela é suspense;
Eu sou Terra, ela é espaço;
Eu sou praia, ela é montanha;
Eu sou do mundo, ela é do Brasil;
Eu sou BMW, ela é Mercedes;
Eu sou Ducati, ela é moto de trilha;
Eu sou caipiroska de limão, ela é caipirinha de sakê com frutas vermelhas (!);
Eu sou parque arborizado, ela é parque de diversões radicais;
Eu sou hotel; ela é barraca de camping;
Até no signo somos completos opostos!

Porém,

Eu a amo, ela me ama.
Compensa tudo.

16 julho 2009

Conto


Después de más de 10 años sin que supiera nada de él, decidió volver a casa.

Llevaba puestas las mismas ropas de cuando lo ví por lá última vez. No tenía el pelo largo. La barba tanpoco. Si no tuviera un o dos trazos de la edad, podría decir que el tiempo no había pasado, que estábamos en 1995 todavía.

Pero no estábamos. Ya era 2005, 10 años después. Y él no dijo nada, como si nada hubiera ocurrido.

No tuve valor preguntarle el por qué huyó. Su sonrisa era la misma, sus ojos traían experiencia, aunque también él parecía cansado.
Me preguntaba en silencio lo que habría hecho el durante todo el tiempo, las cosas que había vivido, los sitios dónde estuvo, las personas que había conocido. Pero todo fue misterioso. Misterioso como había sido toda su vida.
En ese medio tiempo, mamá murió, tuve dos hijos sin tío, nuestra hermana se graduó.
Y a él nada le pareció nuevo. Se acordaba de todo lo de antes, donde las cosas estaban en casa.

Pasados dos meses, cuando llegué de mi oficina, no lo encontré. Se había ido otra vez, sin decir porque, donde y cuando volverá, si vuelve. Y, a mi, sólo me quedaron las dudas de todo que lo pasó y vivió y no tuve valor de preguntarle.

Pero la seguridad que está feliz.

28 maio 2009

Existência


A vontade de escrever vem, mas foge-me fugaz no momento da impossibilidade de fazê-lo. Quando a oportunidade urge não mais há energias, tampouco qualidade desejada ou pensamentos torpes. Uma conexão de coisas desconexas e descabidas, que por vezes a auto-censura e um senso comedido reprimem. A crítica vem acompanhada da existência de qualquer coisa.

Aliás, como provar a existência? Nós existimos?

Não é depressão, pelo contrário. Somente filosofia metafísica.

Imagina-se que o pensamento e imaginação são ilimitados, não há barreiras. Pois digo o contrário, com veemência. Seguramente não sou o primeiro a afirmar tal coisa, mas esta conclusão me acompanha desde pelo menos metade de minha vida.

Querem um exemplo?

De acordo com o conhecimento científico, o Universo surgiu, há bilhões de anos, de uma explosão, o Big Bang. Portanto, o começo de tudo, inclusive da existência, foi aí.

O que existia antes? Nada? Como surgiu algo do nada? Sempre há um ingrediente, ou vários, que se combinam e resultam em outra coisa.

O que ocasionou a explosão? Um monte de energia. E como essa energia foi gerada? O que criou o gerador da energia? Assim sucessivamente.

Foi Deus, dirão os mais religiosos (não questiono aqui a existência de Deus. Quem sou eu para tal?). E como Deus surgiu?

Deus é eterno. Como algo pode existir pela eternidade?

A eternidade é inexistente! Tudo tem um começo, uma origem, um ponto de partida. E a situação anterior passou pelo mesmo processo. Nada é infinito. Impossível!

Ficaram com um nó na cabeça?

Bem vindos ao limite da imaginação e do raciocínio.

30 janeiro 2009

Psique


Não existe personalidade 100% pura.

Com isso, não quero dizer que as pessoas e suas mentes são corruptíveis, não é nesse sentido que aplico a afirmação. Aliás, é isso sim. Mas não somente para coisas ilícitas, que é a primeira coisa que se pensa quando falamos de corrupção. Corrupção no intuito de romper com o ideal anterior para um outro, externo.

Talvez essa não seja o melhor termo, mas seguimos adiante.

Explico então: nascemos com nossos instintos. Instinto é algo já bem explicado pela ciência e não entrarei nesse mérito. Tudo que vem depois é uma espécie de corrupção de nossa mente, seja para agregar, seja para mudar um conhecimento prévio. Separe essa parte e vamos à outra explicação.

Somos influenciáveis. Extremamente.

Passamos a vida inteira sendo bombardeados por informações e as assimilamos inconscientemente. Isso tudo vai para nosso cérebro, que armazena tudo que se passa ao nosso redor.

No cérebro, local que temos a personalidade pura, o instinto, mistura-se todas as experiências que passamos, seja de forma ativa, seja passiva.

Essas experiências são as nossas influências. E a maior parte das nossas influências, as que formam nosso caráter e atitudes, nos passa despercebida.

Quando um artista é perguntado quais as principais inspirações dele, irá responder provavelmente vários outros artistas, mas muito poucos prestam atenção nas coisas pequenas que acontecem em volta e moldam seus atributos. Para o consciente, isso não é perceptível, mas para o inconsciente é uma lição.

Partindo disso, vi como sou influenciável, corruptível.

Faça um exercício. Pense no que você é hoje, o que faz e como. Do que gosta, as músicas que ouve, os filmes que assiste.

Agora, faça a mesma coisa, mas para o você de 5 anos atrás. Ouve as mesmas músicas? Vê os mesmos tipos de filme? Trabalha da mesma forma? Sente as mesmas sensações de antes?

Não podemos esquecer também das influências pontuais. Uma música que ouvimos e nos faz sentir de forma diferente.

Um exemplo meu seria a banda Morphine. Toda vez que a ouço, sinto vontade de ficar a meialuz (ortografia nova!), tomando uma taça de vinho e filosofando. Muitas vezes me dá vontade de escrever.

Aí comecei a pensar no meu estilo. Gosto muito da obscuridão de Mark Sandman, o poeta e compositor de Morphine. São poemas/letras normalmente de amor, em todas suas vertentes, incluindo aí o lado negro dele.

Sou um fã de Lennon. Um artista completo, na minha visão. Seus traços simples na pintura, suas canções faceis e ao mesmo tempo complexas são coisas que me intrigam e apaixonam.

As cores de um quadro de Warhol. As atuações de um Pacino, as uvas de um vinho do porto.

A vontade de vestir uma bermuda, ir à praia e tomar uma cerveja long neck pelo gargalo ao ouvir ska.

Todas essas coisas formam nossa personalidade. E novas experiências do cotidiano vão entrando e mudando-nos sempre, reciclando-nos.

A personalidade é 100% pura, pois é ela que se faz, escolhendo o que é bom e o que não é.

10 janeiro 2009

Sentimental


É curioso como certas ações e/ou atitudes faz com que reflitamos mais profundamente o que e como somos. Muitas vezes em coisas banais do cotidiano, outras em uma situação provocada mesmo.

Ao assistir um filme há pouco deparei-me com uma intrigante pergunta: Serei eu sentimental?

Pergunta estranha, sei disso.

Quem me olha de fora vê uma casca pouco emotiva, contida. Alguns chamam de força, outros de frieza, outros de desalmado. Mas, por dentro, sou realmente emotivo. Sinto os sentimentos, licença poética para a redundância e aliteração.

Mas, por não extravasar do interno para o físico, fico rotulado como "pedra".

Hoje, pude quebrar essa denominação. Por mais que tentasse, não conseguia me conter. Uma coisa besta, até esperada, mas que me causou uma reação além do normal.

Sou humano, no final das contas.

09 julho 2007

Devaneios

My whole brain was out of tune
I don't know how to tune a brain, do you?

So I went in to a brain shop
They said they'd have to rebuild the whole head
I said well, do what you gotta do

When I got my brain back, it didn't work right
Didn't have as many good ideas
Haven't really have a good idea since I got it fixed


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Feriado em São Paulo, 2 e meia da manhã, 6 taças de vinho.
Lapsos de criatividade, embriaguez momentânea, o sono me escapa, o trabalho não me chama, um saxofone e um contra-baixo no som, a minha sombra a acompanhar-me e a luz de duas velas a iluminar meus pensamentos turvos.
Quero escrever há tempos, mas falta-me a caneta cerebral.
Talvez meu cérebro esteja desconfigurado.

15 janeiro 2007

Vício?


Sim, vício sim.

Não entrarei no mérito de ser vício bom ou ruim. Tudo que é vício tende a ser prejudicial, mesmo os "bons".
Mas sim, sou um viciado. Dei-me conta disso hoje de manhã, no banho.

Após uma noite mal dormida, mais uma entre tantas outras, cada vez mais freqüentes, passei a pensar no que seria a tal causa dessa "insônia". Entre aspas mesmo, pois a maior parte das vezes, embora não todas, eu fique acordado por livre e espontânea vontade.
Vou dormir tarde. Habituei-me a isso. Por quê?

Oras, eu gosto de ficar acordado. Fazer coisas que o sono me impede por motivos óbvios.

Adoro dormir. Faz bem. E não dispenso uma soneca de sábado. Mas, durante a semana, raras são as noites que durmo mais de 5 horas.

Minha mãe achava que eu era viciado. Ou que ainda sou.
Toda vez que ela chegava em casa, via-me sentado ao computador.

Hoje percebi, e fui forçado a concordar com ela. Sou viciado sim. Mas não em Internet.

Sou viciado em informação.

Não vivo sem. Fico no computador até 3, 4 da manhã lendo notícias, documentários, enciclopédias. Acesso o orkut e leio sobre meu carro. Acesso o Folha Online e debulho os artigos.

Política, economia, esportes, fofoca, piadas. O que aparece, eu absorvo. Fanático por leitura, por conhecimento, por cultura, em variáveis graus de (in)utilidade.

Sempre gostei de ler. Acho que pela quantidade de novas informações que posso absorver.

Livros? Fantásticos. Mas acho que prefiro uma revista ou um jornal. São mais assuntos abordados, mais informações que consigo absorver, maior meu campo de conhecimento.

Sei lá.

Aliás, o que sei? Sou um viciado mesmo...

03 agosto 2006

Vencedor


Eu sempre tive espírito competitivo. Demais.
Queria ser sempre o melhor, o ganhador, o campeão. Escravo de uma obsessão.
A falha é conseqüência da minha incapacidade em perceber a situação e fazer o movimento correto no momento propício. A culpa é minha, de alguma forma.

Preciso aprender a lidar com a derrota.

Lidar com derrota não implica em ser derrotista, mas ter consciência que nem sempre se ganha. Aliás, acaba-se ganhando, de certa forma, aprendendo uma lição e evitando o mesmo erro que me fez perder. Até porque muitas vezes o que soa uma derrota acaba-se tornando uma vitória a longo prazo.

Perder não é de todo mal. Qual o gosto da vitória, da superação, quando se é imbatível?

Perder e as sensações ruins que vêm junto tornam-se combustível na busca de um melhor desempenho e o gozo da conquista anunciada.

"Eu que já não sou assim, muito de ganhar, junto as mãos ao meu redor, faço o melhor que sou capaz só pra viver em paz."

01 agosto 2006

Apresentação


Sou Thomas Visani, muito prazer.

Já fiz muita coisa na vida, mas é pouco perto do que quero.
Já me formei na escola e estou quase formado na faculdade.
Assisti a todos os jogos da Copa 2006, sem exceção.
Por outro lado, não sou chegado em futebol. Gosto, mas viveria sem.
Mas já que gosto, torço pelo São Paulo, Arsenal e Bayern de Munique, na mesma proporção.
Seleções, simpatizo com Brasil, Alemanha, Holanda e Itália. Talvez alguma outra que não me lembre agora.
Gosto de sorvete mas quase não tomo.
Gosto de suco e tomo bastante.
Não sou muito chegado a arroz mas como todo dia.
Já amei incondicionalmente.
Na verdade, quem amei, amarei pro resto da vida. Sou assim.
Há pessoas especiais para mim que jamais serão esquecidas. Não importa o que aconteça.
Tenho amigos muito fodas. Mas muito fodas mesmo.
Adoro sair com esses caras pra bater papo depois de um dia cansativo. Ou beber uma cervejinha.
Agradeço a todos eles. Os verdadeiros sabem quem são, eu sempre faço questão de enaltecê-lo, pessoalmente.
E não da forma bêbada "Cara, te considero pra caralho".
Por falar em bêbado, já tomei uns belos porres.
Na maior parte deles, acordei zerado no dia seguinte. Mas alguns outros...
Já fiz coisas bêbado que não lembro.
Trabalho no mesmo lugar há 2 anos.
Gosto, mas não quero pro resto da vida.
O que quero? Ainda estou para descobrir.
Entrei com 17 anos na faculdade.
Já fiz intercâmbio.
Adorei e pretendia voltar, fixar base.
Mudança de ventos, me fez reconsiderar.
É uma possibilidade, mas ainda não cogito uma ida definitiva.
Adoro viajar. Viajei muito.
Nem 1% do que quero viajar.
Tenho relação de amor e ódio por SP.
Gosto de dançar, mas não sei quase nada.
Atenção: dançar. Não se mexer com bate-estaca. Nem coreografias prontas de axé \o/ .
Amo música, de todas as vertentes, mas não nego minha veia rockeira.
Já fui a N shows.
Show que já foi meu programa preferido.
Também gosto de cantar, muito.
Não sei cantar. Tenho uma péssima voz e sou desafinado.
Já tive banda. Era cantor.
Durou um show.
Em compensação, realizei um sonho.
E o show foi ótimo. Saí porque quis da banda.
Nesse dia conheci pessoas sensacionais e que guardo pro resto da vida.
As memórias, idem.
Minha maior paixão é automobilismo.
Não precisa me conhecer direito pra perceber isso.
Leio bastante, já li mais e gostaria de ler mais ainda.
Adoro escrever.
Tem horas que não sei quando parar.
Tenho diversos textos. Nunca mostrei a ninguém.
Aliás, muitos deles eu escrevia, guardava por uns dias e jogava fora depois.
Coisa de louco.
Loucura é relativo. Para alguns, sou pirado, para outros certinho demais.
Já fui bem porra louca, hoje sou mais tranquilo.
Sou extremamente fiel a meus princípios.
Tenho muitos valores morais. Mais do que deveria.
Chego a ser pentelho até com eles.
Não sou muito ciumento, mas às vezes bate.
Mas afinal, ciúme é parte do gostar, né?
Só exagerado que é ruim, insegurança.
Já fui muito inseguro. Hoje, nem tanto.
Já quis ser militar. Hoje eu rio disso.
Vou vivendo e aprendendo muito.
Na maior parte do tempo, me acomodo.
Mas tomo cada bordoada que aprendo.
Pena que a maior parte das bordoadas vieram tarde e não consigo mudar algumas coisas.
Mas pelo menos tentei e guardei a lição.
Beijei tarde e perdi a virgindade tarde, para os padrões 90's.
Não tenho vergonha alguma em falar as idades, embora não tenha sido tão tarde assim.
Na verdade, morrerei virgem.
Sou de setembro. Há! (¬¬)

Hoje, quem sabe o dia de amanhã?

26 junho 2006

Sonho



Impossível? Prefiro acreditar que não. Quem sabe?

06 junho 2006

Ciclos


Acometido por uma notícia pouco após a última publicação, eu deveria mudar meu texto passado.

Acho melhor não mudar. Era o que pensava naquele momento, e continuo pensando. Então, não há razão em mudar. Não há hora certa para escrever que não seja a hora em que se pensa.

Mais um ciclo vai se fechando. São coisas corriqueiras para uns, até indiferentes para outros, mas para alguns, são coisas que não passam despercebidas.

Não pode-se fugir dela. É uma certeza. Tentar fugir é vago e impossível. Mais dia, menos dia, enfrenta-se. E perde. Ou ganha, dependendo do ponto de vista.

Há culturas que ficam inertes por um curto período de tempo por causa disso. Outros celebram. Outros simplesmente balançam a cabeça e seguem suas vidas. Há até os que não fazem nada.

Eu não posso passar em branco, ou negro. Foi algo distante, mas que, querendo ou não, faz e fez parte de mim.

Mais um ciclo se fecha.

Querências


Quero escrever algo. Quero partilhar informações, sentimentos, experiências. Quero mostrar revolta, repúdio, insatisfação. Quero aliviar coisas da minha cabeça para ficar de bem comigo mesmo. Quero comemorar, celebrar, festejar. Sair por aí contando minhas alegrias, resultados positivos, metas alcançadas.

Quero escrever minha monografia. Aliás, gostaria que ela já estivesse escrita.

Quero ler. Passar horas e horas a fio, lendo. Quero férias, para poder ler tudo que quero. Quero dias de 30 horas, para poder ler mais.

Quero correr. Quero viajar. Quero "viajar". Quero sentir coisas que jamais senti. Quero repetir sensações enterradas há tempos.

Quero voltar a ser criança. Quero ser homem maduro, dono de si.

Quero ter um emprego fixo, quero uma rotina. Quero ser livre para fazer o que quiser. Vender côco na areia, ser camelô, mochileiro, guia, escritor, astronauta.

Quero reunir todos meus amigos e dizer o quanto gosto deles, coisa que jamais fiz. Não consigo por em palavras. Idem para minha família.

Quero ser compreendido. Quero ser interpretado.

Quero tantas coisas antagônicas que muitas vezes me perco no que quero.

02 junho 2006

Escolhas


Baseamos nossas vidas em escolhas. Fazemo-as todos os dias, todos os instantes. Leite com Toddy ou puro? Acordar meia hora mais cedo para ficar no horário com sobra ou acordar em cima da hora mas poder descansar mais?

Há pouco passei por outra escolha: qual o nome deste espaço?

Antes de tudo: qual o propósito?

Gosto de escrever. Sempre escrevi. Escrever me faz bem. Este lugar servirá mais como depósito de pensamentos, um local para aliviar minha cabeça, para fazer uma terapia, anotar boas idéias ou simplesmente soltar o que vem à mente num momento.

Esses pensamentos, que surgem em frações de segundo, costumam ser os melhores. Este espaço surgiu em um desses pensamentos.

Minha avó dizia que eu deveria ser advogado, pelo meu prazer em discutir e por brigar pelo que acho certo. Minha mãe queria algo com humanas, provavelmente jornalismo, pela minha paixão por leitura e escrita. Meu pai, engenharia, pela paixão por carros e pela facilidade com números. Fiz economia. Nada a ver. Foi uma escolha, contra todos os caminhos sugeridos, que, eventualmente, seriam mais fáceis.

Não busco facilidades, busco conquistas. Quero conquistar as coisas por mim mesmo. Idealismo, utopia, mas nada me impede de enfiar algo na jaca e persegui-lo(-la??).

A Xepa Cerebral serve também para mostrar que há excelentes idéias que surgem de divagações, quando há um teclado ou uma caneta à mão e passa a escrever tudo o que lhe vem à mente. Um turbilhão de pensamentos desconexos, ou mesmo interligados, mas que, com o desenvolver, ficam extensos e até distantes do propósito inicial. Como esse post.

Escolhi o caminho de escrever coisas que me vinham à mente, sem ter um script, um roteiro, uma linha. Simplesmente ia escrevendo e desenvolvendo simultaneamente a idéia que surgia nos dedos.

Muitas vezes será assim. Mas não há regra, tampouco peridiocidade.